constantemente, sejam desafios;
bem como as pedras e os percursos falsos
que existem contra os rios.
A vida é bela, mesmo que a tristeza,
essa ancestral e vã melancolia,
seja o dileto prato posto à mesa
do nosso dia a dia.
A vida é bela, embora seja o grito,
arraigado às mais íntimas carências,
toda a razão deste silêncio aflito
nas nossas insurgências.
A vida é linda, feito uma aquarela,
mesmo no instante em que se faz disforme,
quando, despindo-se do véu, revela
uma tristeza enorme.
A vida é bela em seus avisos sábios,
no ensinamento do conselho mudo;
mestra maior que, sem mover os lábios,
consegue dizer tudo.
A vida é bela porque nos eleva
à condição de doutrinados seus;
porque, através da redenção, nos leva
na direção de Deus!