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São Paulo, SP, Brazil
Escritor a serviço da Espiritualidade.

sábado, 8 de janeiro de 2011

QUANDO ME AMARES

Quando me amares,
Faça-o devagar;
Com gestos e olhares
De quem sabe amar...

Não me ames nunca
Só pela metade;
Amor dividido
Cheira a falsidade!

Não me ames nunca
Como quem tem pressa;
O amor verdadeiro
Sempre recomeça!

Não me ames nunca
Perguntando a hora;
O amor verdadeiro
Nunca vai embora!

Não me ames nunca
Com a cabeça ausente;
O amor verdadeiro
Sempre está presente!

Não me ames nunca
Só por caridade;
O amor verdadeiro
É sinceridade!

Não me ames nunca
Pela causa errada;
O amor verdadeiro
Não exige nada!

Quando me amares,
Faça-o devagar;
Com gestos e olhares
De quem sabe amar!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DISSIMULAÇÃO

Quando o silêncio lúgubre da voz
supera a trama da palavra dita
e os olhos (lume do que existe em nós)
trazem à tona  o que a razão evita,

já não há como sermos, mesmos sós,
ilha remota onde ninguém habita...
O pensamento é um pássaro veloz
fugindo ao logro que a voz premedita.

Por mais que a convenção nos recrimine,
o nosso olhar é sempre uma vitrine
fiel às pretensões do coração...

Por mais que se procure adestramento,
ninguém consegue impor ao pensamento
as mesmas leis impostas à razão!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EXTRAVIO

É provável que eu tenha me perdido
e vague agora sem sensor ou rota;
meu barco pelos ventos impelido,
buscando um porto na amplidão remota.

É provável que eu tenha me esquecido
por qual motivo me afastei da frota:
se por achá-la inútil, sem sentido,
se por ter alma tão pouco devota.

É bem provável que ao buscar a volta
eu não encontre o mesmo itinerário
do porto antigo que deixei um dia...

Mas, vagarei tranquilo, sem revolta,
e hei de encontrar num porto solidário
aquela antiga paz que eu possuía!