É provável que eu tenha me perdido
e vague agora sem sensor ou rota;
meu barco pelos ventos impelido,
buscando um porto na amplidão remota.
É provável que eu tenha me esquecido
por qual motivo me afastei da frota:
se por achá-la inútil, sem sentido,
se por ter alma tão pouco devota.
É bem provável que ao buscar a volta
eu não encontre o mesmo itinerário
do porto antigo que deixei um dia...
Mas, vagarei tranquilo, sem revolta,
e hei de encontrar num porto solidário
aquela antiga paz que eu possuía!
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