Por isso vagueio assim,
Buscando o abrigo de um porto.
Ostento profundas rugas
E as cicatrizes das fugas
Deste meu “eu” triste e torto.
Trago um tormento previsto
Nas chagas de um velho cristo
Que se projeta em meu rosto.
Trago os sonhos destroçados
Pelos tufões indomados
Que o destino tem imposto.
Mas trago (bendita seja!)
A inspiração benfazeja
De uma poesia rimada.
Gerada dentro da alma,
É meiga filha que acalma
A hostilidade da estrada!
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