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São Paulo, SP, Brazil
Escritor a serviço da Espiritualidade.

sábado, 27 de novembro de 2010

INVASÃO

Como um velho arquipélago sagrado,
perdido em meio ao mar, ermo, deserto,
meu coração, distante e sossegado,
somente à solidão mantém-se aberto.

Qual fosse um visitante indesejado,
teu coração o meu tem descoberto,
intruso, impertinente e desastrado,
roubando o meu sossego outrora certo.

E vem trazendo um turbilhão consigo
a revolver meu solo incauto e virgem
e a destroçar a paz que eu possuía...


Mas, vem de um modo estranhamente amigo
e traz-me a sensação de uma vertigem
que oscila entre a repulsa e a euforia!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

FOLHAS

As tantas folhas amarelecidas
que se desprendem da árvore copada
e seguem soltas pelas avenidas
ao sopro audaz da brisa descuidada

lembram meus sonhos, ilusões vencidas
pela razão da vida transtornada;
musas de amor do peito desprendidas,
parte de um todo reduzido ao nada.

Nem sempre a vida nos oferta escolhas,
visto que, às vezes, poderosa mão
leva projetos, ilusões e folhas...

E como o sonho, que se alteia em vão,
fogem ligeiras, fugidias bolhas
de espumas fluidas, pela imensidão!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VELHICE DE MÃE

Mamãe, o que é velhice?
Pergunta o filho inocente.
E a mulher, lembrando as mágoas
da dor passada e presente,
encara o filho e responde:
- Velhice é o que tenho em mim!
A criança, reparando
nos olhos de sua mãe,
grita: - Meu Deus, mamãezinha!
A velhice é linda assim?!!!